“Como poderia, meu Deus, imaginar algo como isso?”
A frase atordoa-me o cérebro, come as minhas entranhas, torna-me mais uma futura mulher no mercado de trabalho.
Direito. Muito bem direita, informada.
Não me vejo dessa forma. Um diploma e nada são a mesma coisa. Quero viajar, conhecer as pirâmides, escrever crônicas, namorar homens de toda a parte do mundo...
É essa a vida que quero. Mas por que todos me chamam de sonhadora? Eu por acaso sou mais uma entre outras milhões de moças neste mundo?
Não, não sou. Sou Isabela Rodrigues de Paula.
Que, não por acaso, adorava letras, humanas e tudo o que foge de contas.
Uma jovem que sonha em ser escritora e jornalista, que estuda em meio a calculadoras ambulantes e futuros engenheiros.
O meu antigo colégio me faz tanta falta! Todo o estudo, a professora Márcia, e todo o resto... saudades, imensas saudades! Estou longe de todos aqueles que me entendem.
Tenho uma relação difícil com os meus pais. Qual é o problema deles?
Por que é tão difícil de eles lidarem comigo? Com as minhas ideias? Com o meu jeito diferente de ver tudo o que me ronda?
Eu respeito cada decisão deles. Por que eles não respeitam as minhas?
Adolescência. Você não é tão ruim assim.

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